O Motorhome

Transformar uma casa sobre rodas em um lar foi um dos desafios antes de iniciar essa jornada. Pensar em todos os detalhes necessários para montar o motorhome, de acordo com os nossos anseios e as necessidades dessa expedição, foi muito trabalhoso, mas também incrível! 

A nossa casa é uma Neway RIVERSIDE construída sobre a plataforma do chassi-cabine extralonga Mercedes-Benz Sprinter 516 EXL, com 7,8 m de comprimento. O modelo é 2020/2021 com pacote hi-tech. A montagem foi feita pela Neway MotorHomes, sediada em Novo Hamburgo (RS), e levou quase 10 meses para ser concluída. 

A estrutura do motorhome é toda em alumínio, o que garante mais resistência, economia e durabilidade, além de um bom desempenho e estabilidade na estrada.

Tudo foi pensado para proporcionar conforto, praticidade e segurança ao nosso dia a dia, dentro das nossas possibilidades financeiras. Temos sala, 2 cozinhas (1 interna e outra externa), dois quartos e banheiro com box separado da área do sanitário. O espaço tem isolamento térmico, sistema de blecaute e mosquiteiro nas janelas e porta, e todo o mobiliário é fabricado em material leve, resistente e impermeabilizado. Os bancos são de couro, com espuma injetada, e o banco do carona é reclinável e tem apoio de pernas, o que consideramos essencial em uma viagem como essa. 

O motorhome, contará com aquecedor com controle de temperatura, para os momentos de frio intenso que enfrentaremos, 2 televisores, kit wi-fi com roteador e antena externa, nivelador hidráulico com controle remoto, máquina de lavar, kit monitoramento externo com 4 câmeras de segurança mais DVR, gerador de energia de 3,5 Kva, 2 estepes, climatizador de teto, ar condicionado central, guincho e engate de reboque frontal, enfim tudo para que possamos ter uma casa confortável e segura durante o período que viajaremos. 

Embora sejamos apenas dois na estrada, o motorhome foi projetado para até cinco pessoas. Será um prazer receber a visita dos nossos filhos ou amigos em algum lugar desse planeta. 
Toda instalação elétrica do motorhome segue padrões e normas técnicas, que incluem cabos bem dimensionados e específicos, caixas de inspeção por ambiente, eletrodutos antichama, emendas soldadas e isoladas, disjuntores com circuito de segurança e uma central elétrica interativa. Por questões práticas e econômicas, optamos por tomadas 220v e 12v. 

O sistema elétrico do motorhome tem um conversor de energia automático de 6000W com carregador de baterias potente (entrada 110v a 220v / saída 12v/110v/220v simultaneamente), e um aparelho inversor de 3500W. Incluímos quatro baterias automotivas de 150A/h que garantem autonomia durante a viagem no uso da geladeira, luzes e equipamentos básicos, alimentadas através de 03 sistemas de placas fotovoltaicas 285w, cada, com computador de bordo. Além de um cabo de força com 20m de comprimento para alimentação externa. E toda a iluminação é com LED 12v.

O aquecimento de água é feito por um aquecedor de passagem digital, que permite a escolha da temperatura. O abastecimento é interrompido automaticamente após o tanque completar 100%, o que evita a saída de água desnecessária pelo suspiro. Os reservatórios são fabricados em fibra de vidro, bem dimensionados, respeitando os limites e o espaço físico do veículo. A configuração básica distribui cerca de 250 litros para água potável, 250 litros para água servida (125 litros de cada lado) e 19 litros para detritos.

A instalação de gás foi feita com mangueira padrão industrial GLP, com dois botijões de gás P13 com válvula e sensor de vazamento. O compartimento para o botijão é isolado e seguro.
Como dá para perceber, são muitos detalhes que vão fazer toda a diferença quando cairmos na estrada. Vocês vão poder conhecer um pouco mais de tudo isso acompanhando as fotos e vídeos nas nossas redes sociais.

A expectativa é rodarmos algo em torno de 300 mil quilômetros ao longo de cinco anos. O transporte entre continentes separados por água será feito de navio para que possamos transportar o motorhome. 

Antes de iniciarmos o Vivendo em 5 continentes, faremos o que estamos chamando de “esquenta”, para entender o motorhome. Afinal, nunca pilotamos um. Isso será importante também para que possíveis ajustes necessários sejam feitos pela própria montadora, eliminando problemas como reaperto, vazamentos, entre outros. 

Desejamos que essa experiência inspire outros casais que, assim como nós, já estão na maturidade e podem planejar grandes aventuras como essa. 

Silvia e Julio Botto